Os Moches, peruanos da era pré-colombiana remavam ajoelhados e em pé sobre seus 'caballitos de totora' há séculos |
O ato de remar em pé sobre uma pequena embarcação é uma prática adotada ao longo de séculos por diversas tribos e comunidades pesqueiras para se deslocar por áreas de difícil navegação, como pequenos córregos ou entre recifes, em busca de pescado. Entretanto, há relatos históricos sobre povos antigos que adotaram essa atividade de uma maneira recreativa, como os Moches, peruanos da era pré-colombiana que remavam ajoelhados e em pé sobre seus 'caballitos de totora'(uma espécie de 'surfboat' feita de junco) não só em busca de pescado mas também para se divertir correndo ondas. Alguns dos primeiros exploradores europeus às ilhas polinésias, como James Cook, fizeram anotações em seus diários de bordo a respeito de nativos remando de pé sobre uma espécie de canoa por entre as ondas. Ainda assim, fala-se sobre "pequenas embarcações" e não pranchas. Em ambos os casos, estamos falando de pré-história do SUP.
John Zapotocky: lenda viva do SUP |
O Stand Up Paddle como conhecemos hoje, começou a se desenvolver no Hawaii dos anos 40, com os professores de surf de Waikiki, conhecidos como Beachboys. Eles remavam em pé sobre as enormes pranchas de madeira naval como forma de acompanhar com maior amplitude os seus alunos nas ondas e para fotografá-los. Durante esse período não se pensava em produzir pranchas e remos para uma atividade esportiva em específico. Cada um criava seus equipamentos a sua maneira e diferentemente do surf que cresceu de forma exponencial, o SUP foi sendo praticado de maneira tímida por alguns havaianos que seguriam criando remos e pranchas de SUP. Entre eles John Zapotocky, o mais antigo praticante de SUP de que se tem notícia. E aqui cabe um parenteses: com 70 anos de SUP Surf e 91 anos de idade, o eterno Beachboy e lenda viva do esporte, recentemente participou de um evento de SUP promovido pela C-4 (confira o vídeo no final da matéria) e emocionou a todos ao remar tranquilamente com seu SUP.
O boom do Stand Up Paddle só iria acontecer no início dos anos 2000, quando um grupo de havaianos liderados por Laird Hamilton passou a produzir pranchas e remos específicos para SUP usando materiais inovadores como o EPS e a fibra de carbono e a aparecer com frequência nas praias havaianas, ora descendo ondas, ora fazendo travessias.
O havaiano Laird Hamilton foi um dos responsáveis pela primeira explosão do Stand Up Paddle |
Vitor Marçal: provavelmente o primeiro a usar um SUP no Brasil |
Como não poderia deixar de ser, o esporte chamou a atenção de alguns brasileiros que estavam nas ilhas, entre eles os big riders Haroldo Ambrosio, Jorge Pacelli e Vitor Marçal, este um respeitado salva vidas radicado em Oahu que, de férias no Brasil, a convite de Luis Gontier, o Pipo, proprietário da Gzero, foi provavelmente o primeiro brasileiro a remar em uma prancha feita para SUP em águas tupiniquins.
Entretanto, a novidade já corria de boca a boca por nosso litoral e alguns pioneiros começaram a se aventurar no novo esporte. Na base do improviso e da pesquisa, atletas como Murilo Brandi, Luiz Juquinha, Alessandro Matero, Remo Thilo, Jorge Pacelli, Jairo Pontes, Hilton Alves, Herbert Passos, Haroldo Ambrosio, entre outros, cada um a sua maneira, passou a praticar o esporte. Ou pelo menos a tentar. Haroldo por exemplo, usava uma prancha de long board no início. O número de adeptos começou a aumentar e shapers como Fábio Chati, Luiz Juquinha, Neco Carbone, Magno Matoso, Kaneca, entre outros, passaram a pesquisar mais a fundo e a produzir pranchas efetivamente de SUP; empresas como a Gzero e Art in Surf firmaram parcerias com shapers e também passaram importar pranchas e remos com frequência. Ao passo que os primeiros remos em série passaram a ser produzidos inicialmente pelos fabricantes de remos para canoas havaianas.
Entretanto, a novidade já corria de boca a boca por nosso litoral e alguns pioneiros começaram a se aventurar no novo esporte. Na base do improviso e da pesquisa, atletas como Murilo Brandi, Luiz Juquinha, Alessandro Matero, Remo Thilo, Jorge Pacelli, Jairo Pontes, Hilton Alves, Herbert Passos, Haroldo Ambrosio, entre outros, cada um a sua maneira, passou a praticar o esporte. Ou pelo menos a tentar. Haroldo por exemplo, usava uma prancha de long board no início. O número de adeptos começou a aumentar e shapers como Fábio Chati, Luiz Juquinha, Neco Carbone, Magno Matoso, Kaneca, entre outros, passaram a pesquisar mais a fundo e a produzir pranchas efetivamente de SUP; empresas como a Gzero e Art in Surf firmaram parcerias com shapers e também passaram importar pranchas e remos com frequência. Ao passo que os primeiros remos em série passaram a ser produzidos inicialmente pelos fabricantes de remos para canoas havaianas.
Na Parte II dessa série você confere uma entrevista com Herbert Passos Neto. Jornalista, especialista em esportes de prancha e atual presidente da Associação Santos de Surf, Herbert, que foi a primeira pessoa a surfar de Stand Up Paddle em Santos, e um dos pioneiros no Brasil, nos conta sobre o início do esporte por aqui, as dificuldades para se encontrar material apropriado, estranhamento do crowd e ainda fala sobre aquilo que poderá ser considerada a pré história do SUP no Brasil... aguardem! Em breve no SUP CLUB.
Linda matéria.
ResponderExcluirParabéns á todos os envolvidos na pesquisa
Aloha!
Rudi
http://surfergeneration.blogspot.com
Aloha Rudi! Obrigado pelas palavras!
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