quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Stand Up World Tour: balanço da etapa

O belo cartaz criado pelo brasileiro Hilton Alves

A primeira etapa do circuito mundial de SUP Surf, o Stand Up World Tour, encerrada ontem na mítica onda de Sunset Beach, Oahu, Hawaii, consolidou o nome de Kai Lenny como o homem a ser batido quando o assunto é SUP Surf.

O jovem local de Maui, de apenas 18 anos de idade, venceu de maneira disputada, porém convincente. É bem verdade que o também havaiano, Robin Johnston, quase estraga a festa de Kai, perdendo pela incrível diferença de 0,10 pontos, porém, a performance do atual campeão do mundo, ao longo de toda competição, mostrando um surf moderno e sólido, inclusive nos dias extremos, não deixa dúvida de que ele merece estar no topo, ainda que, na opinião pessoas que acompanharam o evento, algumas de suas ondas possam ter recebido notas generosas.

Destaques

Kai Lenny. Foto: Stéphane Becret

Zane Shwietzer foi uma das revelações da etapa. O jovem havaiano começou a competição de maneira tímida e foi crescendo ao longo das baterias até chegar à grande final. Além dele, Slater Trout e Chuck Patterson também se destacaram pela performance impressionante. Os dois avançaram várias fases do evento, competindo desde o Trials, quando as ondas estavam realmente grandes e difíceis. Nessa fase, a mais adrenalizante da competição, com bombas havaianas de doze pés e fortes ventos resultando em muitas pranchas quebradas, os salva-vidas tiveram bastante trabalho para garantir a segurança dos competidores. A prova, inclusive, teve que ser interrompida nessa fase para retornar assim que o mar apresentasse condições menos perigosas.

Slater Trout. Foto: standupworldtour.com

Na primeira e segunda fase do evento principal o mar ainda estava grande e o nível do SUP Surf certamente alcançou novos patamares. Com as condições de mar melhorando a cada minuto, Kai Lenny mostrou porque é o atual campeão mundial e surfou com muita atitude, mostrando muito controle de sua prancha e remo. Ikaika Kalama, Robin Johnston, Bonga Perkins e Garrett MacNamara também se destacaram, com performances impressionantes demonstrando muita atitude e conhecimento do pico.

Na terceira fase o mar abaixou um pouco, tornando-se mais manobrável. Os destaques foram as performances arrasadoras de Duane Desoto, atual campeão mundial de longboard, e de Slater Trout, além do tubo incrível de Tama Audibert, do Tahiti. Leco e Magrinho, que não se deram bem na primeira fase, caindo para a repescagem, se recuperaram e avançaram para as quartas. Magrinho, inclusive, passou por uma bateria casca grossa, surfando muito bem, para vencer o waterman Kainoa McGee em um tipo de onda que é a especialidade do havaiano. O que definitivamente não é pouca coisa.

A partir das quartas de final, o mar foi abaixando, mas, ao mesmo tempo, ficando cada vez mais perfeito e liso. Leco Salazar reencontrou seu surf e foi o grande destaque dessa fase, surfando muito bem em sua bateria, passando em primeiro lugar. Porém, na semi, não teve sorte na escolha das ondas. Antoine Delpero também não se encontrou e deu adeus à disputa, ficando em último na bateria de Leco. Ambos surfaram bem, mas não conseguiram encontrar ondas com tamanho e perfeição suficientes para conseguir notas altas. A estrela de Zane Shwietzer brilhou e ele foi o destaque dessa rodada.

Leco Salazar no limite. Foto: Picuruta Salazar
Na grande final, disputadíssima, Kai Lenny só conseguiu respirar aliviado após o termino da bateria, pois Robin Johnston vinha determinado a vencer. Peyo Lizarazu, o terceiro colocado, é um adversário fortíssimo quando as ondas estão acima de seis pés e também mostrou que estava no páreo, com um backside poderoso mostrando um controle impressionante do remo; Zane Shwietzer não repetiu o mesmo surf apresentado nas quartas e na semi ficando em quarto, mas mostrando que tem potencial para dar muito trabalho nas próximas etapas.

Os Brasileiros


Todos os brasileiros que participaram do evento merecem nossos parabéns. Sunset Beach é uma onda traiçoeira que exige um nível de conhecimento muito alto. Representar o Brasil nessa onda e nas condições em que o mar se encontrava não é para qualquer um. Dentre os brasileiros, destacamos três supistas:

Leco mais uma vez representou o Brasil muito bem
Leco Salazar não começou bem a competição, mas se recuperou e deu um verdadeiro show em sua bateria das quartas de final. Na semi não teve sorte na escolha das ondas e não conseguiu avançar para a final. O santista novamente mostrou que é um dos melhores do mundo e agora lapidando seu talento em ondas com mais power tem potencial para ser o número um do mundo.

Magrinho. standupwordtour.com
Alexandre “Magrinho” Takeo mostrou uma evolução impressionante, porém, nas quartas, quando tinha tudo para passar, errou em muitas finalizações e não teve muito critério na escolha das ondas, atingindo o número limite de ondas em um momento crucial. Ele mostrou que está levando muito a sério a oportunidade que lhe está sendo dada por seus patrocinadores e é promessa de bons resultados esse ano. Sua performance nas ondas do quilate de Sunset mostra isso.


Roberto Vieira. Foto: arq pessoal
O baiano Roberto Vieira tem muito talento e surf para brigar de igual para igual com as feras do circuito. Competiu desde o Trials passando a primeira bateria de maneira convincente, porém, na segunda rodada, em um mar muito difícil, não conseguiu avançar. Sua atitude de ir até o Hawaii para correr o campeonato em Sunset, contra vários locais, surfando o que ele surfou, mostra que se trata de um atleta com muito potencial de retorno para uma empresa que busque investir sua marca em atletas de SUP.



+ Informação 
Quer saber mais sobre o campeão da etapa? Então confira aqui o perfil de Kai Lenny feito pelo SUP CLUB.
 

Um comentário:

  1. parabéns pelo texto! qualidade jornalística de 1a.
    hoje estaremos aí.

    abcs

    Naldo

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